sábado, 5 de novembro de 2011

Comportamento dos bebês

Bonecos e fraldas de estimação
Por Filomena Santos Silva, Psicóloga

Quem não se lembra da imagem de Linus, o amigo do Snoopy com o seu inseparável cobertor? Essa personagem retrata uma necessidade muito comum durante os primeiros anos de vida

Muitas crianças apegam-se a um determinado boneco ou escolhem a fralda de pano como objecto de estimação que transportam para todo o lado, e sem os quais não conseguem adormecer. Mas esse objecto não pode ser um qualquer: o cheiro e a textura são fundamentais, e desengane-se aquele que julga que os substitui com facilidade…

É o caso da Rita, de 2 anos e meio, que não adormecia sem a sua “nhónhó”, a fraldinha de pano: se a mãe a trocasse por uma lavada, a Rita chorava, dizendo que não queria aquela; um dia resolveu fazer uma experiência e trocou-a pela fralda de outra criança, igualmente “usada” e a Rita, inicialmente aceitou-a mas depois largou-a dizendo: “esta não, não cheira a Rita…”.

Estes objectos, designados por Winnicott por objectos transaccionais, são usados pela criança como um suporte na conquista da autonomia, uma vez que são uma espécie de substituto materno e permitem à criança organizar-se na ausência das figuras de referência. As crianças, ao se sentirem sozinhas na cama, na creche ou no jardim-de-infância, usam estes objectos para se sentirem mais confiantes.

Se o seu filho demonstra apego por algum objecto especial, deixe que ele o use. Efectivamente, estes objectos são de uma grande ajuda para a criança perante o desconhecido ou a ameaça do ambiente que a rodeia, pois transmitem-lhe conforto e segurança e a sensação de que continua “ligada” à mãe ou ao pai. Ajudam ainda a criança a diminuir os seus níveis de ansiedade e a ganhar confiança para conseguir explorar o meio, condição essencial para o crescimento e adaptação do ser humano.

O que frequentemente assusta os pais é a dependência, por vezes exagerada, que as crianças têm relativamente a estes objectos. Nestes casos, se a criança se apercebe que saiu de casa sem eles, fica muito desestruturada, chorando e revelando grande dificuldade em controlar-se.

Na maior parte das situações, as crianças libertam-se desta “dependência” à medida que aumenta a sua autonomia emocional. Contudo, algumas manifestam maior dificuldade em “largar” estes objectos e, nessas situações, pais e educadores poderão ajudar a criança no processo, procurando pôr em prática algumas das seguintes orientações:

Escolha o momento certo certificando-se que a criança se encontra numa fase estável, adaptada à creche ou ao jardim-de-infância, sem alterações estruturais na sua vida.
Nunca retire o objecto sem avisar previamente a criança. Mesmo que seja apenas para lavar, nunca o faça às escondidas, converse com ela e peça-lhe colaboração, explicando-lhe que voltará a tê-lo. Explique-lhe que o cheiro será diferente mas que vai voltar a ficar outra vez igual.

Se o objecto transaccional da criança for facilmente substituível por outro igual (por exemplo, uma fralda de pano), quando começar a ficar sujo coloque outro dentro da cama da criança, para que vá ficando mais parecido com o verdadeiro; assim, quando fizer a troca, a criança já não estranhará tanto a diferença da textura e do cheiro.

Se sentir que a dependência é exagerada, vá diminuindo os momentos em que a criança os usa, quer em casa quer na escola.

Aceite este momento como uma etapa natural do desenvolvimento e não o valorize demasiado. Não existe uma idade certa para a criança deixar de precisar destes objectos pois isso depende da maturação de cada criança.

( artigo extraído da revista (Coisas de criança) Guia para pais e educadores)

4 comentários:

  1. Oi, passei para conferir as novidades, ótima semana pra vc, bjs

    ResponderExcluir
  2. Oi Denise, tudo bom querida?
    Como você está?
    Espero que bem e em paz.
    Fico contente de te ver postando de novo.
    Sabe na minha familia só os meninos tem essa fixação por cobertores e paninhos quando criança.
    Meu irmão caçula arrastava um cobertor o dia todo e quando a gente lavava tinha que ficar de olho por que se ele conseguisse puxar o cobertor do varal saia arrastando molhado mesmo..srsrsr e isse apego a estas coisas se repete com meus sobrinhos e sobrinhos netos- pois é eu já tenho sobrinhos netos..srsrr
    Mas sempre só com os meninos, com as meninas não, acho as mulheres da minha familia são mais autoconfiantes desde o berço..rssrsrsr
    Um abração minha querida , foi uma alegria ver um comentario seu no meu cantinho.
    Amei!!!!!
    Fique com Deus.

    ResponderExcluir
  3. Ah, agora eu sei por que seu netinho não larga a fralda, é por que é uma obra de arte da vovò..tá explicado..srrssr...menino de bom gosto!!!!
    Um abraço minha querida e muito obrigado por seu carinho.
    beijitos.

    ResponderExcluir
  4. Oi, tudo bem?
    Iniciei o sorteio lá no blog para comemorar 01 ano depois passa lá, ótimo feriado pra vc, bjs

    ResponderExcluir